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02.04.18

Chika Kinoshita comanda debate sobre a participação feminina no cinema japonês

A participação feminina no universo do cinema japonês foi tema de encontro promovido pela Fundação Japão e a Cinemateca Brasileira, no último dia 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher.

O evento contou com a presença da estudiosa do cinema japonês, Profa. Chika Kinoshita, da Universidade de Quioto, que proporcionou ao público o conhecimento sobre o papel feminino no cinema e na sociedade japonesa, ao longo dos anos.

Kinoshita é especialista em obras do cineasta Kenji Mizoguchi e uma das principais pesquisadoras do cinema japonês e de gênero e sexualidade na cinematografia do Japão.

Na ocasião, a professora falou, em língua japonesa, sobre a presença da mulher, não apenas nas tramas, mas também na direção e produção de filmes na história do cinema japonês, com tradução consecutiva.

– São Paulo já teve quatro salas dedicadas ao cinema japonês e este foi um dos principais canais para que as pessoas da minha geração se aproximassem da cultura japonesa – disse Olga Futemma, Coordenadora Geral da Cinemateca Brasileira.

Durante o bate-papo, foram citadas as principais representantes japonesas na área, como é o caso de Tazuko Sakane, considerada pioneira no Japão. Seu primeiro longa, Hatsu Sugata (1936), não teve boa aceitação do público, nem da crítica.

Com isso, Sakane passou a trabalhar em documentários de curta-metragem e, depois, voltou a trabalhar como continuísta. Chika Kinoshita contou que o insucesso de Tazuko Sakane, como diretora, a deixou muito frustrada.

Outros nomes de destaque foram o de Kinuyo Tanaka, que iniciou a carreira atuando, antes de se tornar diretora, e as roteiristas Ayame Mizushima, Noriko Suzuki, Yoko Mizuki, Sumie Tanaka e Natto Wada.

– No Japão, a trajetória destas mulheres foi muito difícil. Na sociedade japonesa, as mulheres tinham um papel inferior ao que deveriam ter. Não havia oportunidade de trabalhar neste segmento. Somente no período pós-guerra a situação começou a melhorar e já era permitido às mulheres atuar como roteiristas – revela Kinoshita.

Atualmente, Miwa Nishikawa é um dos fortes nomes na direção do cinema japonês. Ela começou a carreira como assistente de, ninguém menos que o diretor, Hirokazu Koreeda.

A diretora, considerada mulher independente e bem-sucedida, é responsável pelos filmes Wild Berries (2003), Sway (2006), Dear Doctor (2009) e Dreams for Sale (2012), e tem caído no gosto do público feminino.

Ao final do debate, o filme Fim de Verão (Kohayagawa-ke no aki) foi exibido ao público. O clássico foi dirigido por Yasujiro Ozu, com legendas em português.

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