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26.11.18

Envelhecimento da população é uma das principais preocupações do governo japonês

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão – MOFA promoveu uma série de encontros entre 18 e 24 de de setembro, em Tóquio, para discutir e difundir assuntos atuais ligados ao país, junto aos participantes do Programa de Convite ao Japão para Descendentes de Japoneses da América Latina e do Caribe.

Ao todo, foram 15 nikkeis de países como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, México, Paraguai e Venezuela, de diversas áreas de atuação, sendo a maioria deles profissionais de comunicação.

Dentre as palestras, a que mais surpreendeu os bolsistas foi a do jornalista Ikuma Mikio, que tratou do tema “Sociedade Japonesa Moderna”, com explanações sobre a cultura, a sociedade, o homem e a mulher, além de questões econômicas do Japão.

Atualmente, o país sofre com o baixo índice de natalidade e a falta de mão de obra para as mais variadas áreas de ocupação. Apesar disso, o governo japonês não possui uma política específica para resolver tais questões.

– No Japão, de um modo geral, há alguns benefícios se você tiver filhos. Mais filhos, mais dinheiro, mas não o suficiente para sustentar uma família toda – explicou Mikio.

O jornalista lembra que as mesmas dificuldades sofridas no Japão são vividas na Alemanha, que também possui problemas com o crescimento populacional e que, com isso, abriu as portas para 1 milhão de imigrantes de vários países como, por exemplo, do Oriente Médio e Afeganistão.

– Eu acho que nós temos de mudar as políticas de imigração, de modo a acomodar as pessoas para morarem em Tóquio ou Osaka, confortavelmente – complementa Ikuma Mikio.

A idade média da população japonesa é de 46,9 anos. O país está entre os menos satisfeitos em termos de sexualidade, com cerca de 40% de homens e mulheres, na faixa de 18 e 34 anos de idade, entre aqueles que nunca tiveram relação sexual.

Para o povo japonês, o que explica essa questão é a preocupação sobre as consequências de se fazer sexo como, por exemplo, ter de assumir um relacionamento sério, uma gravidez inesperada e não ter estrutura financeira para um possível casamento futuro.

– Se as mulheres não são incentivadas a ter filhos, isso não estará contribuindo para a população como um todo. Acho que precisamos ter uma política correta de aumentar a população e diminuir o envelhecimento do país. Muitas vagas de emprego não são ocupadas – detalha Mikio.

Apesar da necessidade de uma mudança no âmbito familiar, o Japão é um país não habituado a transformações radicais. Com isso, acredita-se que as melhorias poderão ocorrer, porém, de forma lenta e gradativa.

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